BEM-VINDO
O evento de Lei de Libras que será realizado no período de 23 à 27 de abril de 2018 no Auditório da Escola Técnica Estadual Almirante Soares Dutra (ETEASD) com palestras e oficinas. Podem participar a comunidade surda e ouvintes. Este evento tem como objetivo a comemoração da Lei de Libras, 16 anos, um marco relevante em defesa da Libras.
Queremos convidar vocês para participarem do evento no ETEASD será muito importante a sua presença porque será debatido temas de interesse dos Surdos e dos Ouvintes.

O vídeo no youtube: A Lei de Libras legendado.
TUDO COMEÇOU ASSIM...


Curso técnico de Tradutor/ Intérprete de Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Norma Abreu e Lima Maciel de Lemos Vasconcelos
Em uma iniciativa pioneira no Brasil, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTMA) em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura (SEDUC), implantou em 2006 na Escola Estadual de Pernambuco Almirante Soares Dutra o Curso técnico de Tradutor/ Intérprete de Língua Brasileira de Sinais – Libras.
Com base na Lei Federal 10.436 de 24 de abril de 2002 e sua regulamentação pelo Decreto 5.626/ 2005 que dispõe sobre a Libras, o curso pioneiro na educação pública do Brasil é também o primeiro na educação profissional inserido na área de lazer e desenvolvimento social. Apresenta interfaces com outras áreas do conhecimento relacionadas com o processo de inclusão social, como artes, conhecimentos gerais, linguística, comércio, gestão, meio ambiente e saúde. Os profissionais que atuam na área de Lazer e Desenvolvimento Social apresentam uma multiplicidade de campos de ação envolvendo significativas mudanças sociais.
A estrutura curricular do curso surge com trinta disciplinas distribuídas em mil quatrocentos e quarenta horas, possui quatro módulos e duração média de vinte meses, suas aulas teve início em abril de 2006 e existe até hoje. Cada disciplina foi planejada para ser ministrada preferencialmente por dois professores, um surdo que ensina Libras no contexto da disciplina e um ouvinte, se necessário, para as questões mais teóricas de sua área de conhecimento. Os professores ouvintes que estavam em parceria com os surdos teriam que conhecer e respeitar as especificidades da pessoa surda.
Esse curso nasceu a partir de um sonho de sua idealizadora, a Professora Norma Abreu e Lima Maciel Vasconcelos que teve a oportunidade de participar do Congresso Latino Americano de Educação Bilingue para Surdos em Cuba e nele visitar, conhecer e se inspirar em um curso de Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais cubana na Universidade de Havana.
Tal inspiração se fez realidade quando ao retornar para o Brasil encontrou no centro da cidade do Recife o então gestor da Escola Estadual Almirante Soares Dutra, o Professor Paulo Dutra. Ele se encantou com o projeto, se empolgou e também sonhou o sonho da professora e de imediato pediu para que esse curso fosse implementado em sua escola, a ideia foi aceita pela professora com muita satisfação. A partir daí, o curso começou a tomar corpo. Para tanto, a professora Norma convidou a professora surda Wanda Pinheiro que aceitou participar como vice coordenadora do curso. Infelizmente Wanda veio a falecer antes do início do curso e a professora Magda Souto Rosa (também surda) assume a vice coordenação.
Para seu planejamento e execução foi traçado um calendário com reuniões semanais na própria escola. De início foi apresentado o curso de Havana, assim como o material que a professora havia elaborado, as sugestões eram discutidas, principalmente para se adaptar à nossa realidade e uma vez aceitas pelo grupo eram registradas e encaminhadas para elaboração do projeto final. Esse momento contou com a presença e o envolvimento de toda uma equipe de profissionais surdos e ouvintes.
O curso para ser aprovado teve o seu projeto avaliado pela SECTMA, com o respaldo da SEDUC e do Ministério de Educação e Cultura (MEC), através de uma Comissão técnica de especialistas da área que de forma minuciosa o avaliou fazendo inclusive algumas visitas à escola, o que resultou para a aprovação final, a exigência da compra de alguns títulos para a biblioteca da escola.
Uma vez aprovado e constituída a equipe docente, partiu-se para a elaboração do edital para a seleção dos alunos e a preparação para as primeiras turmas, uma no turno da tarde e outra no turno da noite. De acordo com as notas, os candidatos foram matriculados, havendo até fila de espera para aqueles classificados, mas que não estavam no quantitativo das vagas oferecidas por turno.
Enfim, a aula inaugural! O momento merecia uma solenidade digna daquele que marcou a história não só de Pernambuco, mas do Brasil, afinal era o primeiro Curso Técnico do país. E assim foi feito! Um lindo começo que teve em sua mesa de abertura a presença ilustres da Professora Marlene Gotti, representante do MEC, a Professora Rosemere Cassimiro, gestora de Educação Especial do estado de Pernambuco, além de secretários de estado, gestores da escola, coordenadora do curso, professores, alunos do curso e vários representantes de instituições de ensino superior ou outros órgãos relacionados com o curso.